Arrumou a mala e partiu durante a noite, não queria esperar mais nada. Olhou no bolso da jaqueta e conferiu, as chaves da casa da irmã estavam com ele. Ele estava decidido a ir encontrá-la, ela era a única pessoa da família que ele tinha e agora estava desaparecida.
Jonas morava em Nova York que estava a mais ou menos trezentos e setenta quilômetros de New Bedford então a viagem seria curta. Entrou no carro e partiu. Depois de viajar algum tempo ele avistou um homem velho e sujo com uma bicicleta na beira da estrada pedindo carona, os dois se olharam mas Jonas não parou, seguiu sua viagem e minutos depois nem se lembrava do homem que mais se parecia um mendigo, até que viu o mesmo homem na beira da estrada, só que não estava pedindo carona, estava andando e empurrando a bicicleta. Quando Jonas passou por ele os dois se encararam novamente e o mendigo sorriu. Jonas seguiu viagem mas agora estava assustado, não entendia como o homem apareceu à sua frente estando a pé.
Ele ficou com isso na cabeça e foi pensando em uma explicação razoável para o que viu. Quando olhou para o acostamento viu outro homem lá, porém esse estava bem vestido e estava deitado no asfalto com sangue ao seu redor. Jonas freou, desceu do carro e correu até ele.
“Você pode me escutar?” – perguntou Jonas tocando a testa do ferido.
O homem não respondeu, abriu os olhos, agarrou com força o pescoço de Jonas e começou a estrangulá-lo. Os dois se debateram até que o suposto ferido ficou por cima e o enforcava com fúria. Jonas sentia seu corpo em chamas por dentro.
“Você não deveria ter vindo se meter aqui, agora você vai morrer e seu espírito vai ser nosso.” – disse o homem com uma voz grossa e cheia de ódio.
“Deus me ajude, por favor, eu não quero morrer assim.” – disse Jonas já enxergando tudo embaçado e sentindo que iria desfalecer.
Até que ele escutou um urro de dor, sentiu as mãos soltarem seu pescoço e seu corpo retomou um pouco de força. Olhou para frente mas não viu o homem que vira à segundos atrás mas sim um demônio de pele marrom e asas podres, a criatura gritava e rolava no chão até que correu do local. Jonas viu outro homem que falava palavras que ele não podia entender, mas sabia que seja o que fosse tinha assustado o demônio dali. Quando seu corpo se recuperou viu que à sua frente estava o mendigo que pedia carona.
“Quem é você? Obrigado por me ajudar.” – perguntou Jonas, tentando se levantar.
“Um amigo. De agora em diante tenha mais cuidado, você esta entrando em território perigoso. Tenha força e fé, você vai precisar se quiser encontrar sua irmã.” – disse o homem já empurrando sua bicicleta e desaparecendo na escuridão da madrugada.
Os pensamentos passavam por sua cabeça mais rápido do que podia suportar. O que teria acontecido com sua irmã? Quem eram esses espíritos que invadiram sua vida em questão de horas? Os acontecimentos das últimas horas eram novos e o medo do desconhecido fazia seu coração disparar e seu corpo tremer. Sem pensar muito entrou no carro e seguiu a viagem, apesar de assustado não desistiu de ir encontrar Cintia, pois sentiu que ela precisava dele e ele nunca iria abandonar a irmã.
A viagem parecia mais longa do que previa, estava cansado, com sono e confuso. Estava passando por uma cidade que ficava no caminho de New Bedford quando avistou um cemitério. Sentiu uma agulhada no estomago de medo e acelerou para sair daquela rua o mais rápido possível. Quando estava passando pela portão do cemitério, não resistiu e olhou para dentro. A imagem o chocou, viu Cintia no lado de dentro. Jonas parou o carro e correu até lá quando se a aproximava Cintia correu para dentro e ele a seguiu. Ele mal podia enxergar na escuridão mas continuou seguindo a irmã, que parou de correr de correr de repente e virou-se para ele.
“Você é tão inocente. Agora vai ser meu” – disse ela gritando e rindo com uma voz tenebrosa.
Jonas gritou de pavor quando viu o que supostamente era sua irmã se transformar em uma mulher pálida, de pele podre, flutuando sobre o solo e começou a mover-se rápido em sua direção. Ele virou-se para sair do cemitério mas se deparou com a escuridão, não podia ver onde estava e nem a saída. Escolheu uma direção e correu, pois a fantasma estava por alcançá-lo. Os gemidos e gritos da mulher o faziam tremer de medo, estava desesperado, pois não achava a saída. Até que avistou uma luz vinda de um lado e correu em sua direção, quando se aproximou um pouco mais viu que a luz vinha dos faróis de seu carro. Ele sentiu um alivio pois sabia que um pouco mais iria sair dali, olhou para trás e a assombração ainda o perseguia.
Instantes depois ele estava dentro de seu carro, pisou no acelerador e saiu dali. Olhou para trás e viu que ainda estava sendo perseguido, fixou o olhar na assombração e viu que ela parou e acenou com um sorriso sínico. Jonas não entendeu a principio, mas quando olhou para frente viu que os faróis de um caminhão estavam à sua frente e se preparou para o choque.
Dias depois Jonas acordou no hospital, mal podia abrir os olhos de tanta dor que sentia no corpo. Viu um homem a sua frente, ele percebeu que era policial pela roupa que vestia. O policia viu que Jonas abria os olhos e se aproximou.
“Jonas, meu nome é Jack, eu sou o delegado de New Bedford”. – Disse o policial sorrindo para Jonas.
Continua...
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