Cintia decidiu mudar-se para o interior e deixar a vida agitada da capital para escrever seus romances com mais tranqüilidade e o principal, esquecer todos os problemas com o divorcio recente. Mudou-se então para New Bedford – Massachusetts nos Estados Unidos onde passou a viver só. Estava feliz, encontrou a casa dos seus sonhos e os moradores dos arredores a receberam muito bem.
Em seu primeiro dia na cidade alguns dos vizinhos fizeram uma pequena reunião de boas vindas para ela. A festa terminou já na madrugada e ela voltou pra casa andando. Quando chegou notou que tudo estava muito escuro. Ela abriu a porta da frente e tentou acender as luzes, mas nenhuma funcionou. Então saiu da casa e entrou pela garagem que tinha a porta meio aberta por causa da mudança, com a luz que vinha de fora podia enxergar um pouco e pode encontrar uma lanterna, que estava com a pilha fraca, mas já ajudava. Escutou um barulho na porta e quando olhou a porta estava se fechando, Cintia correu para segura-la, mas a porta era muito pesada e se fechou.
Ela tremeu de medo, odiava estar trancada e no escuro. Continuou procurando a caixa de fusíveis sem sucesso, não podia encontrar por nada então decidiu subir para o quarto e dormir. Quando a lanterna iluminou a escada que dava para sua sala Cintia gritou, ela viu três pessoas em pé nos degraus olhando para ela, eram um casal mais de idade e um jovem que não parecia ter seus vinte anos. A lanterna caiu no chão e se apagou, tateando o chão ela conseguiu achar a lanterna e iluminou a escada, não havia ninguém lá. Olhou em volta da garagem viu que os três estavam atrás dela e então começou a gritar novamente.
“Fuja daqui, vai embora e não volte. Conte para a policia de outra cidade que nós fomos assassinados pelos vizinhos, a policia daqui também esta envolvida. Alguns moradores da cidade pertencem a uma seita satânica e vão te matar se desconfiarem que você suspeita de algo, assim como fizeram conosco.” – disse a mulher fantasma chorando.
Cintia subiu as escadas e entrou na sala que estava com as luzes acesas. Uma mão agarrou seu ombro, ela gritou novamente, quando olhou que era viu Jack, um dos vizinhos que a convidou para a festa de boas vindas.
“Escutei gritos quando estava indo embora e vim ver o que era, a porta estava aberta então entrei” – explicou ele.
Tomando fôlego Cintia começou a explicar porque tinha gritado, das luzes apagadas e dos fantasmas quando sentiu algo picar seu braço. Ela olhou o que era e viu uma seringa espetada no braço.
“O que eu fiz?” – pensou Cintia enquanto desmaiava.
Algumas horas depois Cintia acordou com frio, ainda sonolenta por causa do sonífero via tudo borrado. Sentia que estava nua, deitada em uma pedra fria e amarrada pelos membros. Apesar de ser noite havia muita luz vindo de tochas que a rodeavam. Pelo vento forte e frio que sentia percebeu que estava ao ar livre. Tentou gritar mas sua boca estava cheia de panos e tampada com tape. Sua visão começou a clarear e ela viu varias pessoas encapuzadas a rodeando e sussurrando palavras que ela não podia entender.
“Nós tentamos deixar você de fora disso, esses espíritos sempre tem que estragar tudo.” – Disse Jack tirando o capuz enquanto Cintia se contorcia.
Outra pessoa apareceu do outro lado da pedra, Cintia só pode ver tórax masculino que estava nu e vestia uma mascara de diabo com chifres grandes. O homem tinha um punhal de prata na mão e balbuciava palavras que soavam como um ritual de ódio e perversão. Cintia viu o punhal sendo elevado acima de seu coração e fechou os olhos. Por um milésimo de segundo sentiu a dor do objeto penetrando seu coração.
Abrindo os olhos Cintia reconheceu o lugar, estava na casa onde havia se mudado. Sentados a sua frente estavam os três fantasmas que ela viu mais cedo. Sabendo que estava morta ela não se moveu. Escutou a história deles com calma e descobriu que ela estava presa ao lugar até que a seita fosse desfeita, para isso os quatro deveriam encontrar ajuda dos vivos.
Continua...
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